O que é criptografia e como garantir a confidencialidade das suas informações
A criptografia é uma ferramenta fundamental na era digital, utilizada para proteger informações pessoais e empresariais contra ameaças cibernéticas. A tecnologia se baseia em algoritmos que transformam dados em um formato que só pode ser lido por quem possui a chave de decodificação. Mas, como funciona na prática? E como garantir a confidencialidade dessas informações?
De acordo com a pesquisa Global Encryption Trends Study 2022, realizada pela Ponemon Institute, 72% das organizações sofreram uma violação de dados, metade delas no ano anterior. Ao mesmo tempo, 55% dos entrevistados lutam para descobrir onde residem os dados confidenciais.
O Instituto Ponemon relatou, ainda, que 62% das organizações têm uma estratégia de criptografia implementada – o maior aumento na adoção em quase duas décadas:
De fato, para implementar uma estratégia capaz de garantir a confidencialidade das informações, é importante escolher um algoritmo de criptografia forte e manter a chave de decodificação em local seguro.
Além disso, é fundamental implementar medidas adicionais de segurança, como autenticação de dois fatores e o uso de plataformas confiáveis.
Compreender como a criptografia funciona na prática e onde ela deve ser aplicada é fundamental para proteger suas informações pessoais e empresariais contra ameaças cibernéticas. Afinal, como observado no estudo acima mencionado, a barreira número um para a adoção de uma criptografia bem-sucedida é a incapacidade de descobrir onde estão os dados confidenciais da organização.
O que é e quando surgiu a criptografia?
Em sua etimologia, a palavra "criptografia" é derivada do grego kryptos. O prefixo "crypt-" significa "oculto" ou "cofre" e o sufixo "-graphy" significa "escrita".
A sua origem remonta à data de cerca de 2000 a.C., com a prática egípcia dos hieróglifos - pictogramas complexos cujo significado completo era conhecido apenas por uma pequena elite para proteger informações de caráter militar e diplomático.
O primeiro uso moderno conhecido dessa técnica foi feito por Júlio César (100 a.C. – 44 a.C.), que não confiava em seus mensageiros para se comunicar com seus governadores e oficiais, razão pela qual desenvolveu um sistema em que cada caractere era substituído por outro três posições à frente dele no alfabeto romano.
Ao longo dos séculos, a criptografia evoluiu para se tornar cada vez mais complexa e sofisticada e, com o advento da informática, novos tipos de algoritmos e técnicas surgiram, proporcionando um grau de segurança cada vez maior.
Um dos exemplos mais notáveis da importância da criptografia na história foi durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados utilizaram a criptografia para interceptar e decodificar as mensagens secretas dos nazistas, incluindo o código Enigma. A capacidade dos Aliados de decodificar as mensagens alemãs teve um papel crucial na sua vitória.
Dito isso, resta claro que, atualmente, essa se tornou uma tecnologia fundamental em diversas áreas, desde a proteção de dados pessoais até as transações financeiras, razão pela qual desempenha um papel crucial na garantia da privacidade e segurança das informações.
Como funciona o processo de criptografia e decodificação
Em linhas gerais, o processo de criptografia começa com o texto original, que é transformado em texto cifrado usando um algoritmo específico.
Esse algoritmo utiliza a chave criptográfica para misturar as informações do texto original de uma maneira que só pode ser revertida usando a chave de descriptografia. A mensagem cifrada resultante é, então, enviada ao destinatário.
Para decodificar a mensagem, o destinatário usa essa chave para inverter o processo de proteção dessas informações, revelando a mensagem original.
Essencialmente, esse processo pode ser visualizado como um cofre, em que a mensagem original é colocada dentro e trancada com uma chave. A chave é então enviada para o destinatário, que a utiliza para abrir o cofre e recuperar a mensagem original.
É importante ressaltar, no entanto, que o processo de criptografia não impede necessariamente que a mensagem seja interceptada por terceiros.
Porém, sem a chave correta, a mensagem cifrada é incompreensível, garantindo a confidencialidade das informações durante a transmissão ou armazenamento.
Importância da criptografia para proteção de dados
A criptografia é importante para proteger os dados em trânsito (como em uma rede de computadores) e os dados em repouso (como em um disco rígido ou pendrive). Sem a criptografia, esses dados podem ser interceptados por hackers ou outras pessoas mal-intencionadas, o que pode levar a roubo de informações, fraudes financeiras ou violação de privacidade.
Além disso, a criptografia é fundamental para garantir a autenticidade dos dados. Sem ela, tornar-se-ia fácil falsificar informações, levando a graves consequências para empresas e indivíduos.
Dito isso, entre seus principais benefícios, estão:
- Confidencialidade: a criptografia ajuda a manter as informações confidenciais, tornando-as ilegíveis para qualquer pessoa que não tenha a chave de decodificação correta. Isso é especialmente importante quando se trata de informações sensíveis, como dados pessoais e financeiros.
- Integridade dos dados: ela ajuda a garantir que os dados permaneçam intactos e não sejam alterados de forma não autorizada - especialmente útil quando se trata de transações financeiras e registros médicos, nos quais a precisão dos dados é crucial.
- Autenticação: a criptografia ajuda a determinar se os dados obtidos são provenientes de uma fonte confiável e não foram alterados durante a transmissão.
- Conformidade com regulamentações: assegura que as empresas possam estar em conformidade com as regulamentações de privacidade e segurança de dados.
- Proteção contra ameaças cibernéticas: ainda, a criptografia pode ajudar a proteger contra ameaças cibernéticas, como ataques de hackers e malware, já que os dados criptografados são muito mais difíceis de serem acessados e decodificados por pessoas mal-intencionadas.
Exemplos de uso da criptografia na prática
Como visto, a criptografia é uma técnica essencial para garantir a segurança dos dados e é utilizada em diversas aplicações em nosso dia a dia.
Pensando nisso, vamos agora explorar alguns exemplos práticos de como a criptografia é usada para proteger as nossas informações confidenciais.
Criptografia em mensagens instantâneas
Aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, usam criptografia de ponta a ponta para garantir que as conversas sejam seguras e privadas. Com essa tecnologia, as mensagens são criptografadas no dispositivo do remetente e só podem ser descriptografadas no dispositivo do destinatário, o que torna praticamente impossível interceptá-las ou lê-las.
Criptografia em transações financeiras
A criptografia também é amplamente usada em transações financeiras, como pagamentos eletrônicos e transações bancárias. A tecnologia SSL (Secure Socket Layer) é um exemplo de mecanismo utilizado em transações online, que protege as informações pessoais e financeiras dos seus usuários.
Criptografia em armazenamento de dados
Dados armazenados em dispositivos, como discos rígidos e cartões de memória são outras hipótese de aplicação dessa tecnologia. Por exemplo, o BitLocker, um recurso integrado ao Windows, permite que os usuários criptografem todo o conteúdo de seus discos rígidos, protegendo assim seus dados em caso de roubo ou perda do dispositivo.
Criptografia em e-mails
E-mails são outro canal que podem conter informações sensíveis que precisam ser protegidas. Nesse ponto, a criptografia pode e deve ser implementada para proteger o conteúdo das correspondências, bem como os seus anexos. O PGP (Pretty Good Privacy), à título exemplificativo, é um protocolo de criptografia usado em e-mails para garantir a privacidade do conteúdo.
Criptografia em nuvem
A criptografia também é amplamente utilizada em serviços de armazenamento em nuvem para proteger os dados dos usuários contra invasões e acessos não autorizados.
O SSL/TLS é o protocolo de criptografia mais comum usado para proteger a transmissão de dados entre os servidores da nuvem e o dispositivo do usuário.
O Dropbox, por exemplo, utiliza a criptografia de chave de bloqueio avançado (AES) de 256 bits para proteger os arquivos do usuário. Isso significa que os arquivos são criptografados antes de serem enviados para os servidores da Dropbox e só podem ser descriptografados com a chave de criptografia específica de cada indivíduo.
Criptografia em assinatura eletrônica
A criptografia é essencial para garantir que a assinatura eletrônica seja válida e que o documento não seja adulterado durante o processo de envio.
Ao assinar eletronicamente um documento, essa tecnologia potencializa a proteção das informações do usuário e a autenticidade do documento em questão.
Nesse sentido, a Clicksign - única empresa brasileira com o selo ISO 27001, que garante os mais altos padrões de Segurança da Informação - utiliza criptografia de alta performance, controle de versionamento de arquivos e níveis de permissões diversos para restringir acesso indevido às informações, através dos serviços Amazon Web Services (AWS) para a sua infraestrutura, particularmente o EC2 (Amazon Elastic Compute Cloud), o RDS (Amazon Relational Database Service), o EKS (Elastic Kubernetes Service) e o S3 (Amazon Simple Storage Service).
Não se esqueça de adotar medidas adicionais de segurança para garantir a confidencialidade das suas informações
A criptografia é uma medida importante de segurança para proteger suas informações, mas não é a única medida que você deve adotar. Ao implementar medidas adicionais de segurança, como autenticação forte, segurança física, monitoramento de conta e atualizações regulares de software, você pode garantir a confidencialidade de suas informações e se proteger contra ameaças de segurança.
A autenticação forte, vale lembrar, é um método de verificação de identidade que exige que o usuário forneça mais de uma forma de autenticação antes de acessar uma conta ou sistema. Isso pode incluir senhas, códigos de acesso temporários ou autenticação biométrica, como impressões digitais ou reconhecimento facial. A autenticação forte ajuda a evitar que terceiros não autorizados acessem suas informações, mesmo se a criptografia for comprometida.
Além disso, certifique-se de que seus dispositivos sejam mantidos em locais seguros e que somente pessoas autorizadas tenham acesso a eles.
De igual modo, verifique suas contas com frequência para detectar atividades suspeitas, como logins não autorizados ou transações não reconhecidas. Sem dúvidas, essa simples atitude pode ajudá-lo a detectar rapidamente problemas de segurança e tomar medidas para resolvê-los.
Finalmente, não se esqueça das atualizações regulares de software que podem ajudar a corrigir vulnerabilidades de segurança e manter seus dispositivos e sistemas ainda mais protegidos.
Dito tudo isso, não se esqueça: se você deseja digitalizar os seus processos com toda a segurança que a tecnologia permite, como já fazem as principais empresas do mercado, de uma maneira aplicável e juridicamente válida, não perca tempo e teste já a nossa plataforma por 14 dias grátis!